Introspecção em meio à gente pura
é medida fugaz da vida que não redime,
mas contam palavrões os intervalos dos copos
e bebe-se o licor sem cor das coisas que são assunto.
Porto, vodka, ou sexo num vão de escada,
tudo é merda, tudo é vida, tudo é nada.
Que se lixe o programa "fora-de-horas",
que as novidades são nulas, no acordar dos minutos!
Segue-se apenas vazio, no rolar de obrigações,
e vai-se tendo a noção do pouco que nós valemos.
Tudo o resto se perde, nem os filhos nos dão força,
a vida multiplica a inocência dos dias
e os castos morrem de preto sem ter gozado uma hora...
Ora porra, bebam, cantem,
que o resto acaba depressa e sempre ao nascer do sol!

© PEDRO LARANJEIRA