Há segredos que eu nem à noite conto.
Pois que a noite abraça mil quimeras desmedidas,
a noite cede fraca, à luz azul do dia,
a paz quieta e podre que acalenta
o meu sonhar de criança só...
E como poderia então confiar à sua pressa
aquilo eu que nem sequer ouso pensar?...
Seria dar ao sonho ou à quimera
a certeza incerta dum querer sem saber como!
Deixo que a noite em si se transfigure,
mas mantenho a certeza eterna do menino tonto
de que aquilo que quero é só p'ra mim...
Eterno, imutável, vão... talvez, mas firme...
calarei segredos, que nem à noite os conto!