| PÁGINA DE IMPRENSA DE PEDRO LARANJEIRA | | 14 fevereiro 2014 |
QUAL? COMO? PORQUÊ?...
... reflexão sobre o canteiro mais antigo da Europa ...
Num momento em que a Lusofonia faz parte de muitos e internacionais objetivos, já se discute o que interessa (ou não) aos portugueses que querem divulgar os nossos valores dentro e fora das fronteiras deste que é o canteiro mais antigo da Europa.
Aqui fica uma reflexão sobre a importância que os outros têm para nós e a que nós temos para eles…
Uma Instituição a que pertenço (a Associação Dr. Manuel Luciano da Silva), dedicou toda a sua existência, pelo mão do seu saudoso Patrono, a divulgar a Lusofonia dentro e fora das nossas Fronteiras, com tanto denodo que captou a atenção do mais antigo realizador de cinema do planeta ao ponto de ter feito um filme biográfico sobre esse grande Português que foi o Dr. Manuel Luciano da Silva… e por ele ter recebido a Palma de Ouro na Bienal de Veneza DE 2008.
Ora essa Associação tem como lema
“A IMPORTÂNCIA DOS PORTUGUESES NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE”.
Pondero, pois, sobre os seguintes factos:
Primo – A primeira Grande Globalização universal foi iniciada, protagonizada e corporizada pelo Portugueses em 21 de agosto de 1415, com a Conquista de Ceuta. São quase seis séculos desde então, mais precisamente 599 anos. PORTUGAL PARA O MUNDO!...
Secundo – Portugal não “descobriu” a maior parte do Mundo: DESCOBRIU O MUNDO TODO.
Tertio – Portugal é a nação mais antiga da Europa.
Pergunto-me, pois, se não existe uma influência portuguesa seja no que for, seja aonde for, da cultura e humanidade contemporâneas que populam a sociedade das nações…
Não ousaria demarcar o meu povo do da Indonésia ou do Liechtenstein, do Luxemburgo ou da Argentina, do Botswana ou do Canadá… algo nos “colaram” à nossa portugalidade universal e algo beberam da nossa lusofonia, num ou noutro momento da História. Disso tenho encontrado vestígios e testemunhos, da Califórnia à Zâmbia, de Cuba à Austrália! …e também um enorme carinho pelo nosso povo e pela nossa história, vivo nos dias que correm e nos cinco continentes, tantas vezes recordados por pequenos/grandes símbolos de usos e costumes, como o Ukelele em que o Cavaquinho se transformou no Hawaii ou prancha de Surf que nasceu em S. Tomé e Príncipe.
Mais, de todos os povos colonizadores, o português foi o único que verdadeiramente sempre soube absorver, além de transmitir, as culturas, tradições e costumes dos povos com quem se cruzou – com quem se misturou, com quem se irmanou – disso é o Brasil um exemplo capital, onde a única “raça” comum e transversal a todas é a “lusa”.
Acho magnífico que se proponha a nações amigas a introdução do português como língua, oficial ou não, no mínimo incluída nos programas de ensino e intercâmbio (eu próprio vou apresentar ainda este ano uma proposta nesse sentido a uma das maiores nações do mundo), mas não podemos fazê-lo em desprimor das suas falas maternas, sejam elas inglês ou tétum, zulu ou mandarim… devemos irmanar com as deles o nosso português… digo eu…
Poderemos dizer que não nos interessa o Japão, porque lá se fala japonês… mas o japonês tem imensas palavras portugueses ou derivadas do português (são dezenas os exemplos como “” [arigatô - obrigado], “” [biidoro - vidro], “” [kapitan - capitão], etc…)? Na Ucrânia diz-se “” que se pronuncia “prótócól”… lembra alguma coisa?... Em suaíli diz-se “boya”, “kana”, “roda”, “sapatu”, “padri”, “bomba”, etc… que não precisam de tradução… e o Canadá… e a Florida?... o português faz parte não só dos portugueses como de todo o mundo!
De resto, o nosso orgulho enquanto povo, enquanto o grande povo que sempre fomos e continuamos a ser, não se confina sequer ao nacionalismo da nossa condição de portugalidade nascida em 1143. De facto, após a última grande glaciação que encerrou o Pleistoceno, com a Europa (e a maior parte do mundo) no estertor de uma cíclica agonia que quase deixou a espécie morta, os sobreviventes reuniram-se num espaço que ficou conhecido como “Reduto Ibérico” e daqui repovoamos a Europa, tanto de humanos como de espécies animais de grande porte: todas sucumbiram à glaciação e foi daqui que saíram , por exemplo, os cavalos que hoje habitam rodo o continente.
Já então éramos esse grande povo que, entretanto constituído, entre outros, como português, deu novos mundos ao mundo!
Continuamos a ser os netos desses grandes povoadores e descobridores, bem adaptados ao evoluir dos tempos e ao progresso da ciência e do conhecimento.
Hoje temos portugueses nos mais altos pícaros das tecnologias, pioneiros em medicina, em campos tão especializados como a nanotecnologia, várias vezes até “Nobelizados” em Estocolmo (além de Egas Moniz e Saramago, não esquecer Ramos Horta e Ximenes Belo), enfim, faróis de cultura – uma cultura tão universal como sempre o foi e também tão temperada com as especiarias da lusofonia como sempre as soubemos transmitir e partilhar com os povos.
É assim que nos vejo: plurais, universais! Faróis mas também irmãos! Orgulhosos mas humildes! O facto de estarmos a atravessar um dos piores momentos da nossa História não se deve à nossa identidade enquanto povo, deve-se à preponderância a que deixamos chegar as nossas ovelhas negras, mas, como sempre, saberemos dar a volta e manter-nos Faróis de Humanidade, Povo vestido dos mais nobre ideais da História, com coragem para fazer o que os outros não fazem e para nunca deixar de ser o exemplo de excelência que somos há incontáveis eras ao longo de TODA a História, passada e presente!
Aqui fica esta minha reflexão, que sinto tão pós-diáspora como, sinceramente, pré-diáspora!
Pedro Laranjeira
Luso, Universal e Português
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