| PÁGINA DE IMPRENSA DE PEDRO LARANJEIRA | | 5 janeiro 2014 |
A Verdade
Nenhuma palavra, com exceção da palavra "Amor" é tão maltratada na extensa variedade de expressões da comunicação humana como a palavra "Verdade".
Parece ser generalizadamente considerada com um vocábulo de múltiplos significados…
Mas não o é!
O dicionário Priberam define-a como "Conformidade da ideia com o objeto, do dito com o feito, do discurso com a realidade"; no dicionário da Porto Editora é "conformidade entre o pensamento ou a expressão e o objeto do pensamento", "qualidade do que é verdadeiro, realidade", "exatidão, rigor, precisão", "representação fiel" e "boa-fé, sinceridade".
Todas estas explicações englobam um mesmo significado e conduzem a uma imagem precisa de conjunto que define um resultado final exato: são formas estendidas, para maior precisão, de dizer a mesma coisa.
Toda a gente sabe tudo isto, ninguém precisa de ir ao dicionário…
A palavra "verdade" representa uma coisa concreta, bem definida, exata… a maioria das pessoas é a que usa à medida de cada conveniência, de cada momento, de cada assunto, como se só existisse na primeira pessoa… e ao serviço dessa.
Existe uma maneira, mais elaborada talvez, mas menos permeável a interpretações "múltiplas" ou dúbias, de a definir.
Consegue-se pela explicação do exercício do seu inverso, ou seja, de "Mentir"
1. Mentir é dizer o inverso da verdade
2. Mentir é dizer alguns factos verdadeiros, omitindo outros que se saibam relevantes para a percepção completa e exata do facto vertente
3. Mentir é dizer um conjunto de factos verdadeiros mas concatenados e apresentados de modo a seja diferente da realidade a percepção do facto vertente
Qualquer destes atos, isoladamente ou em conjunto, representa uma mentira.
Ou seja, "Falar Verdade" é enunciar o facto completo e de forma exata.
Por isso os Tribunais usam a fórmula "A Verdade, toda a Verdade e nada mais do que a Verdade".
Infelizmente, vivemos num mundo em que quase toda a gente "puxa a brasa à sua sardinha", na maior parte das vezes não respeitando a inteligência dos outros e achando, de cada vez que mente, que "dito assim, passa"!
Poderia terminar como comecei, mudando apenas uma palavra:
Nenhuma palavra, com exceção da palavra "Amor" é tão mentida na extensa variedade de expressões da comunicação humana como a palavra "Verdade"!...
Pedro Laranjeira
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