São Ilhas, Senhor, são Ilhas! Milagre das Descobertas, desdobradas do regaço azul do Oceano, as Ilhas de Zarco lembram os dedos apontados ao céu da memória perdida dos últimos Atlantes que vivem ainda no imaginário da fantasia humana.
Há algo de mágico na sensação de se estar numa Ilha, rodeado por todos os lados do mar que nos fez nascer!
Quem chega de avião sente-o logo: não são as costas de um continente, são os contornos da Ilha. Até o pontilhar das Desertas nos ajuda a percebê-lo.
De barco, é o arrepio de aventura do navegante a ver terra! Por dentro, quem aqui desenha os dias de toda uma vida, tem no fundo do seu âmago a experiência de quatro estações num só dia, da beleza fria da serra a descer em torrentes verdes até ao azul quente do mar, por entre casinhas com história, palácios de dramas passados, ribeiras de medos vencidos e mistérios por saber, tudo envolto na exuberância estonteante de uma pérola que os deuses semearam no coração do Atlântico.
É a Madeira, a virgem que gerou a globalização humana, meta primeira dos grandes argonautas lusitanos, dealbar dos Descobrimentos. Está ali há milhões de anos, na espera paciente dos portugueses com quem casou há 590.
Depois floresceu. Por câmaras, furados, levadas e pessoas, desabrochou em mil fogos que se foram agarrando às colinas de uma cidade a meio caminho do primeiro milénio: assim nasceu o Funchal, a flor da pérola.
São incontáveis as experiências que o burgo do funcho oferece a quem com ele se partilha. Da cultura ao lazer, do turismo ao trabalho, da beleza à aventura, da tradição à surpresa, é uma cidade onde a única coisa que não existe é o stress doutras terras. Aqui a vida bebe-se com prazer, as gentes são afáveis, os dias tranquilos.
Sabe bem passear no Parque, num fim de tarde quente em que o horizonte se pinta de cores feéricas e a noite acende milhares de luzes pelas colinas, num presépio que dura o ano inteiro.
Bem no coração da cidade, Santa Catarina é um pulmão de verdura por entre flores encantadas, a civilização de um lado, a baía do outro e o Funchal a toda a volta… uma vista de tirar a respiração.
É neste jardim de fadas, sob a vigia da Quinta e a guarda do Infante, que o Verão da cidade abraça mais uma vez - é já o décimo ano - o som da linguagem universal a que a expressão humana chama Jazz.
Durante três noites, vai chover magia.
A arte não é uma ciência exacta: é muito mais que isso, é a capacidade de transmitir emoções numa semântica universal, é o que de mais humano transpira da humanidade.
Aqui, a música vai partilhar com a brisa o afagar dos jacarandás e envolver numa nuvem de sonho e emoção os sentidos despertos dos milhares que vão viver momentos que nunca esquecerão.
Todos os anos, durante três noites, o Funchal acolhe o que de melhor há de Jazz no mundo. Se já assistiu, não precisa de conselhos… se ainda não o fez, experimente! Olhe que não interessa que género de música gosta, este Festival "é outra coisa"!
Venha até cá, sente-se numa cadeira, sente-se na relva, deite-se ao lado de um arbusto, mas venha!
Vai ter uma surpresa!
Porque não é só música, não é só Jazz…
É Magia Pura!
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