PÁGINA DE IMPRENSA DE PEDRO LARANJEIRA

5 janeiro 2008

Já apresentado no Festival Internacional de Roma, Festival de Cinema da União Europeia, Eurasia Fim Festival (Turquia), Festival do Rio (Brasil), Festival du Nouveau Cinéma (Montréal, Canadá), Mostra Internacional de Cinema de S. Paulo (Brasil), Toronto International Film Festival (Canadá) e na Bienal de Veneza, onde obteve o prémio "Bisato d'Oro", atribuído pela crítica independente, o filme teve já ante-estreia na vila portuguesa de Cuba, local de nascimento do navegador, e está nas salas de cinema desde 10 de janeiro. Num breve encontro com o mais premiado dos cineastas portugueses, interroguei-o sobre os "comos" e os "porquês" deste projecto... PL - Porque escolheu a figura de Cristóvão Cólon para o seu filme? MO - Escolhi-o porque fui fazer férias, há dezasseis anos, a Porto Santo, onde Cristóvão Cólon viveu com a família, muitos anos antes de ter ido para a América e eu achei aquilo muito curioso. Fosse ele de que nacionalidade fosse, o seu feito foi grandioso.

PL - …mas acredita na portugalidade de Cólon?

MO - Diz-se muita coisa, até que ele foi um espião do Rei D. João II… Acredito nos descobrimentos como um acto notável! Verdadeiramente notável. As pessoas ainda não se aperceberam de que é a primeira globalização que se faz no mundo.

Como diz Fernando Pessoa, todos os descobrimentos são portugueses, porque o processo é português.

PL - Sobre o filme, alguma dificuldade?

MO - Foi feito com muito sacrifício, muito sacrifício, ainda estamos em dívida. Eu não pedi nada a ninguém, mas o produtor pediu uma ajuda, um subsídio, à Câmara do Porto - esse pedido não obteve, sequer uma resposta.

PL - Qual foi a reacção do público ao seu filme, em Veneza?

MO - Magnífica! Magnífica, não paravam de aplaudir!

PL - Acha que o seu filme vai contribuir para mostrar ao mundo que Cólon era português?

MO - Não sei… Eu pus-lhe mesmo o nome de "Enigma". O Dr. Luciano da Silva não atacou ninguém nem nenhuma teoria e concordou comigo em que o título do filme fosse "Enigma".

O navegador foi italiano para os italianos, espanhol para os espanhóis e agora é português para os portugueses.

Mas nenhum destes países é mais internacionalista, mais universalista, que Portugal.

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