PÁGINA DE IMPRENSA DE PEDRO LARANJEIRA 7 dezembro 2007

CÃES-GUIA

Há dois mil anos que o homem utiliza o cão como guia para cegos, que se saiba desde o tempo dos romanos, mas só no Século XVIII o treino sistemático para este fim se tornou um hábito, primeiro em Paris, depois na Áustria.

A primeira guerra mundial e o grande número de invisuais que criou fez com que nova atenção fosse dada a esta prática, levando à criação da primeira escola mundial para treino de cães-guia, na Alemanha. Depressa a escola chegou a treinar 600 cães por ano, fornecê-los para inúmeras cidades alemães e logo a seguir para vários países espalhados pelo mundo.

A Suiça, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha seguira,-se na iniciativa e internacionalizaram o conceito, que hoje é universal.

Como é hábito dos portugueses, o nosso país foi o último da União Europeia a introduzir esta prática, o que aconteceu em 1996.

Um cão-guia demora cerca de dois anos a ser treinado, mas consegue suprir a maior parte das necessidades do seu companheiro cego.

Evita obstáculos, poças de água ou excrementos no chão, conduz a pessoa por passeios ou plataformas ferroviárias, mantendo-a afastada da berma, desvia-lhe o passo de ramos de árvore ou buracos no pavimento, escolhe o caminho mais curto, encontra o lugar vago no autocarro, no café ou num balcão, localiza um multibanco, um telefone público ou uma passadeira de peões e impede a travessia da rua quando há carros a passar.

Embora a comunicação física seja feita através da trela, ou arnês, todos os utilizadores são unânimes em dizer que se estabelece uma relação de amor e confiança que é quase telepática.

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