 | PÁGINA DE IMPRENSA DE PEDRO LARANJEIRA |  |
3 novembro 2007 |
ESCLEROSE MÚLTIPLA
Ciência ou fatalismo?...
por Pedro Laranjeira
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UMA HISTÓRIA SEM HISTÓRIA
Foi há mais de onze anos, no Hospital de S. José, em Lisboa.
Um enfermeiro conversava com um grupo de médicos e contou-lhes que um seu amigo tinha formulado uma hipótese de terapia hipoteticamente aplicável a situações de esclerose múltipla, uma vez que utilizava uma tecnologia recente e equipamento acabado de inventar que, em teoria, continha, senão a cura, então (e ainda) considerada impossível, pelo menos uma nova abordagem ao tema.
Curiosamente, embora o enfermeiro tivesse dito que o amigo estava disponível para expor a ideia, se lhes interessasse conversar sobre isso, a única pergunta que ocorreu ao grupo de doutores foi:
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- "Olha lá, esse teu amigo é médico?" - Perante a resposta negativa, a reacção foi imediata... e definitiva:
- "Ora bem, então isso não tem interesse nenhum!"
CIÊNCIA OU FATALISMO?...
Desde então que me parece que, afinal, os "lobbies" da medicina não existem só nas áreas materiais, em envolvimentos de dinheiro e direitos (por exemplo, a farmacopeia convencional pode usar inúmeras plantas que são proibidas no mundo dos medicamentos e produtos naturais), mas também nas áreas intelectuais. Só um "lobby" intelectual pode justificar a presunção de que qualquer coisa fora das suas linhas não presta de certeza!
(...que dizer dos egípcios, dos maias, das antigas sabedorias do oriente ou doutras de que não nos tenham chegado vestígios?)
Copérnico e Galileu também falaram fora dos cânones sagrados da suprema sabedoria de então - um foi imolado por isso, outro obrigado, para se salvar, à vergonha de um juramento que sabia falso.
Seria sensato pensar - digo eu... (mas quem sou eu, que também não sou médico) - que perante a tragédia de uma doença incurável que faz sofrer e mata (Zeca Afonso que no-lo recorde), qualquer ideia nova que aparecesse, mesmo que aparentemente idiota, deveria ser, pelo menos, estudada...
Se fosse idiota, ficava-se por ali, seria como uma das "duas mil maneiras que Edison descobriu de não fazer uma lâmpada"... mas se fosse tão elementar como o ovo de Colombo ou a Teoria da Relatividade e de repente abrisse uma janela possível...?
Mesmo um médico, qualquer médico, concordará que, por mais improvável que seja alguém descobrir a cura para a Esclerose Múltipla, impossível não é ! Só não aconteceu ainda... mais uma razão para não deitar para o lixo, sem ler, o poema que até pode ser mal rimado, mas só se sabe depois de o ler - não "porque o autor é analfabeto"... António Aleixo era-o e vê-se o que nos deixou!
UM REGISTO NA POEIRA DOS ARQUIVOS
Portanto, o amigo do enfermeiro do Hospital de S. José, ao ouvir a história, fez o que lhe pareceu mais sensato, para não ter que sujeitar-se à douta "Inquisição" dos médicos do Século XX: enviou à Direcção Geral de Espectáculos (que era quem, em janeiro de 1996, procedia ao Registo de Obras) um original do seu texto, que foi oficiado com o número 418/RRC/SR e deu origem ao "Registo nº 138" da Repartição de Registo e Controlo da Direcção Geral de Espectáculos, em 5 de março de 1997.
Lá permanece, desde então, tão oficial como inútil.
Também inútil pode ser publicá-lo hoje, onze anos depois, ou mesmo idiota pela sua própria natureza, mas num país onde a comunicação social faz páginas compactas e tempo de televisão sobre a entorse de um ponta-de-lança e a sequente terapia com o massagista, será injustificado publicar um texto sobre uma doença incurável, mesmo com o risco de ser idiota...?
Não sei, mas não resisti à tentação: as hipóteses valem o que valem... portanto aqui fica, com autorização do autor, o Registo DGESP 138 - 5/3/1997, intitulado:
ANÁLISE E OPINIÃO SOBRE A DOENÇA
DENOMINADA ESCLEROSE MÚLTIPLA
Quando se diz, como é habitual em medicina, que a Esclerose Múltipla...
" NÃO é susceptível de prevenção ou curável ...por enquanto! ... "
devemos entender dois pontos essenciais:
1 - A afirmação significa que a Esclerose Múltipla não é curável "pelos meios ou através dos conhecimentos praticados, adquiridos e aceites pelos elementos que constituem as fileiras da medicina convencional", ou seja: em nome da ciência médica, declara-se a Esclerose não-curável ...por enquanto - entenda-se que "por enquanto" confina a expectativa ao evoluir da mesma ciência médica.
Sendo embora correcto, assusta-me pensar que abordagens alternativas poderão ter ficado no abandono, à semelhança da tendência histórica que a nossa ciência tem demonstrado de se pautar apenas pelos seus próprios parâmetros conhecidos.
O facto é que as equações de Einstein demonstram que nada pode mover-se mais depressa que a luz... e no entanto certos iões parecem fazê-lo, do mesmo modo que a "Ciência" medieval, nessa altura tão moderna como a nossa o é hoje, afirmava que o Sol se movia em redor de uma Terra imóvel...
"Não há doenças, há apenas doentes!"
Hipócrates, 460-377 A.C.
2 - Todas as doenças são susceptíveis de prevenção. Hipócrates afirmou-o quando disse que "não há doenças, há apenas doentes". Isto significa, a meu ver, que a "doença" é a disfunção que resulta, como efeito, de uma causa específica: a perturbação ou desequilíbrio da ecologia natural imediata do sujeito.
Provavelmente não poderemos melhorar a qualidade do ar que respiramos ou evitar as radiações que constituem cada vez mais o nosso ambiente, mas podemos (e habitualmente não o fazemos) evitar a ingestão de tóxicos (como o álcool ou o tabaco), controlar excessos prejudiciais (como o sal ou o açúcar de baixa de qualidade), prescindir de sintéticos artificiais que entram na composição dos nossos alimentos (como corantes, preservantes e edulcurantes), não abandonar o nosso corpo à inacção que não lhe é natural, observar regras elementares de higiene e preservação (que incluem o repúdio de vestuários ou adereços deformantes, como certos modelos de sapatos, cuecas e soutiens, sem esquecer as peças de roupa que constringem a livre circulação sanguínea), etc. ...
Todos estes são recursos para melhorar a natural qualidade da nossa vida e da nossa saúde, portanto são preventivos da "doença", que raramente são ensinados, pelo menos na sua totalidade, ao jovem que ainda não ficou doente - e por certo não fazem parte da cultura adulta.
Para demonstrar quanto isto é verdade, recordarei que o termo português "dieta" se refere a um tipo de alimentação saudável que, por norma só é usada por quem está doente - recorde-se que o pão integral, muito mais rico e nutritivo que o normal, é considerado um "pão de dieta".
Ou seja, em termos alimentares, segue-se a doutrina do "depois da casa assaltada, trancas na porta..."
Disto, e porque não está provada a predisposição familiar que por vezes é atribuída a esta enfermidade, resulta apenas a afirmação: a esclerose, tal como todas as outras doenças, é susceptível de prevenção, através de uma vida e higiene saudáveis.
Sem intentar divagações em campos de medicinas alternativas ou outras formas de conhecimento, ocorrem-me alguns pontos de meditação, que enunciarei.
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A ESCLEROSE MÚLTIPLA
A esclerose múltipla é basicamente caracterizada pela deterioração da mielina que recobre o axónio; a mielina é uma substância quase inteiramente constituída por matéria gorda e proteica, substituída por tecido cicatricial na situação de esclerose. Assim, seria de supor que bastasse estimular a regeneração da mielina para ultrapassar o problema, à semelhança do que sucede com uma ferida, ao longo do processo de cicatrização. O óbice, porém, consiste em não se conhecer um produto ou técnica eficaz que provoque a regeneração da mielina. Portanto, resta-nos não esquecer o único agente ao nosso alcance que, se é capaz de produzir mielina, é também capaz, senão de a regenerar, pelo menos de voltar a produzi-la: o corpo humano!
Sabe-se que um corpo com esclerose múltipla não se costuma mostrar capaz, por si só, de o fazer.
Assim, o corpo precisa de ajuda!
Será possível?...
Não sei! Mas sei que vale a pena, ao menos, ponderar um novo ângulo de abordagem - a tecnologia existe, patenteada pelo terapeuta belga Jacques Caluwé, que a apresentou pessoalmente aos portugueses em 13 de novembro de 1993, em Sintra... e o equipamento até está à venda em Portugal!
TERAPIA
Sugiro a aplicação da Lei de Arndt-Schulz (1985) - baseada nos trabalhos de Rudolf Arndt (1835/1900) e Hugo Schulz (1853/1932) - sobre a influência das microcorrentes de baixa voltagem na regeneração tecidular.
Está estabelecido, a título de exemplo e entre outros efeitos, que o desenvolvimento do Trifosfato de Adenosina (ATP) aumenta mais de 400% sob estímulos inferiores a 500µA e o transporte dos ácidos aminados aumenta quase 40% sob 100/400µA (Cheng, 1982).
As microcorrentes são conduzidas pelas Bainhas de Glia das Células de Schwann, o que as coloca no local exacto da afecção - o seio da capa de mielina - e existem já provas concludentes do seu efeito na regenerescência e cura dos tecidos, sob certas condições. Sugiro, pois, uma terapia de Estimulação Eléctrica Neuromuscular por Microcorrentes, assim aplicada:
PARÂMETROS
Intensidade - 40µA
Frequência - 0,4Hz
Comprimento de Onda: Soft Ramp-Time
NOTA: Apesar de se obterem excelentes efeitos analgésicos imediatos com amperagens de 300/400uA e frequência de 3 Hertz, que estimulam a formação de endorfinas, o efeito cumulativo dos resultados e, portanto, a cura definitiva ou a longo prazo, é muito maior com os parâmetros aconselhados. Pode variar-se a frequência de emissão segundo a área muscular sob estímulo, mas nunca baixando de 0,3Hz ou excedendo 0,9Hz. É imprescindível resistir à tentação de usar valores de intensidade e frequência maiores que o aconselhado: o aumento destes parâmetros diminui o valor dos resultados.
TRATAMENTOS
Tratamento inicial
Descanso de um dia
Tratamento diário durante 5 dias
Descanso de um dia
Tratamento em dias alternados durante 10 dias
Descanso de 4 dias
Repetição da rotina segundo critério do terapeuta e avaliação dos resultados.
NOTA: Deverão poder começar a detectar-se resultados, nomeadamente ao nível de melhoramento da coordenação motora e funções de memória, logo durante a primeira série de 5 dias As Microcorrentes têm um efeito cumulativo, pelo que estes tratamentos podem repetir-se tantas vezes quantas necessário e durante todo o tempo que se entender.
ZONAS A TRATAR
Todo o corpo, mas principalmente as áreas dorsal e lombar
NOTA: Estes tratamentos podem ser aplicados a pacientes recém-diagnosticados ou já com anos de esclerose múltipla, mesmo apresentando lesões profundas e aparentemente irreversíveis.
MÉTODO A UTILIZAR
Na primeira série de tratamentos, aplicação directa por eléctrodos
Na segunda série e seguintes, aplicação acompanhada de massagem manual.
APLICAÇÃO POR ELÉCTRODOS
Coloca-se um eléctrodo punctiforme na origem do músculo e outro na sua inserção, durante cerca de 10 segundos. Em seguida, levanta-se um dos eléctrodos, deixando o outro fixo e passando a fazer movimentos circulares com o primeiro sobre o músculo, no sentido dos ponteiros do relógio na metade esquerda do corpo e no sentido inverso na metade direita, durante 10 segundos. Finalmente, recoloca-se no sítio inicial o eléctrodo móvel e repete-se o processo com o outro. Tratar assim os principais feixes musculares que coordenam as funções motoras, num máimo de 20 minutos de tempo acumulado por sessão. Alternar a escolha de músculos ao longo das sessões, mas tratando sempre na mesma sessão o músculo de um lado do corpo que tenha sido tratado do outro.
APLICAÇÃO ATRAVÉS DE MASSAGEM MANUAL
Fixa-se um eléctrodo plano à zona sagrada do paciente e outro à face dorsal da mão ou ao antebraço do terapeuta. Em seguida, utilizam-se as técnicas habituais de massagem manual, incluindo, se possível, técnicas de acupressão.
NOTA - Deve aplicar-se um revestimento humidificado ou um gel condutor sobre os eléctrodos. Evitar a manipulação directa das zonas da faringe e laringe, bem como dos olhos e o seio carotídeo. Durante o período menstrual, evitar manipulações na proximidade dos órgãos genitais. De um modo geral, reduzir para metade os tempos de transmissões transcerebrais, embora mantendo os parâmetros de valores.
CONCLUSÕES
As reacções individuais à aplicação de microcorrentes variam por vezes muito de pessoa para pessoa, pelo que o terapeuta deve vigiar o doente e adaptar-se à percepção dos resultados. No entanto, a frequência das correntes deve situar-se sempre entre os 0,3 e os 0,9Hz e a intensidade entre os 10 e os 90µA, podendo apenas ser aumentada em situações pontuais em que se desejem efeitos analgésicos imediatos, mas nunca ultrapassando os 300µA e os 3Hz. Deve ser administrada Massagem Manual completa após cada sessão.
ATENÇÃO - Esta prescrição não deve aplicar-se a doentes cancerosos, pois estimularia as células neoplásicas. Também não pode usar-se em portadores de "pacemaker" ou mulheres grávidas.
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CONSELHOS COMPLEMENTARES
EXERCÍCIO
O doente deve escolher e praticar uma forma de exercício físico suave, que dure pelo menos vinte minutos e em que repita continuamente o mesmo movimento, sem alteração de ritmo ou de esforço.
Uma vez eleita esta forma de exercício, o doente deve fazê-la todas as manhãs em jejum, de preferência frente a uma janela aberta ou ao ar livre, mas nunca no mesmo aposento onde dormiu.
Quando possível, deve caminhar diariamente e sem interrupção durante pelo menos vinte minutos, num piso regular e sólido, não forçando a marcha e evitando o cansaço.
Antes da última refeição do dia, deve repetir o exercício com que iniciou a manhã.
Estas práticas devem manter-se regularmente, ainda que o doente sinta melhoras radicais ou mesmo uma recorrência completa dos sintomas.
HÁBITOS PROIBIDOS
O doente deverá abandonar por completo e para o resto da sua vida as seguintes práticas:
Fumar - qualquer tipo de tabaco e por qualquer processo
Expor-se directa ou parcialmente ao Sol, na praia, entre as 11 e as 16 horas.
Passar mais de 2 horas seguidas em ambientes viciados, como Discotecas, automóveis em que viagem fumadores, escritórios ou aposentos pequenos sem ventilação, retretes, cozinhas, etc.
Usar peças de roupa que dificultem a circulação, ou roupa interior feita com fibras sintéticas.
Dormir com relógio, anéis, jóias, cuecas, ou "soutien".
Consumir qualquer tipo de drogas estimulantes, entorpecentes ou alucinogénicas.
Usar aquecimento interior na cama, depois de se deitar, ou aquecedores junto aos pés e costas.
HÁBITOS OBRIGATÓRIOS
Se "tomar banhos de sol", fazê-lo apenas ao princípio da manhã ou fim da tarde, sempre por
períodos muito curtos e em completa nudez, sem chapéu, óculos, sandálias, jóias ou outros
adereços. Não usar qualquer bronzeador ou protector - hidratar a pele com um óleo neutro de bebé.
Evitar os cosméticos de todo o tipo, incluindo os feitos de produtos naturais.
Nunca passar mais de 3 dias sem um banho completo e utilizar um sabonete de argila.
ALIMENTOS PROIBIDOS
Todo o tipo de bebidas alcoólicas ou gaseificadas e café.
Açúcar branco refinado, vinagre e doçaria comercial.
Todo o tipo de cadáver de mamífero e peixe com pele.
Alimentos fritos e excesso de gorduras, animais ou vegetais.
Conservas e especiarias - usar o mínimo tolerável de sal (ou nenhum).
Alimentos muito quentes ou muito frios, incluindo "gelados"
ALIMENTOS DIÁRIOS OBRIGATÓRIOS
Fruta fresca e sumos naturais de frutos.
Salada feita com vegetais crus.
Máxima variedade possível de legumes, crus ou cozinhados (de preferência em vapor).
Leite (sempre natural ou morno) e chocolate negro de cozinha (pouco).
Cereais integrais, pão integral e arroz integral.
Se comer peixe: sempre grelhado ou cozido (de preferência em panela de pressão) e sem pele.
Água (de preferência mineral sem gás) - nunca saída do frigorífico.
MEDICAÇÃO
Deitar 1cm de argila verde em pó num copo com água, todas as noites, e beber o líquido de manhã, em jejum, deitando fora a argila depositada (se ingerir um pouco, por descuido, não faz mal).
Incluir sempre um pouco de cebola crua em pelo menos uma refeição ao longo do dia.
Uma vez por semana, mastigar cerca de 2cm de talo de couve crua (galega ou semelhante).
Manter a medicação a que se está habituado, até comprovar poder prescindir-se dela, mas reduzir ao máximo possível todos os analgésicos. Eliminar por completo a ingestão de barbitúricos.
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