PÁGINA DE IMPRENSA DE PEDRO LARANJEIRA 6 junho 2007

LUÍS FILIPE MENEZES EM DEBATE  

O homem que transformou Gaia e captou, em 5 meses deste ano,
a terça parte do investimento estrangeiro total no país para 2006

O Clube dos Pensadores encerrou o seu último ciclo de debates com um convidado que tudo indica vir a fazer mais notícias no futuro do que as que fez até hoje - e foram muitas.

Luís Filipe Menezes perdeu as eleições para a liderança do PSD, em 2005, por 116 votos e 12 pontos percentuais. Mas será de novo candidato ao cargo e, portanto, ao de futuro primeiro-ministro.

Ora, Marques Mendes, como é visível, tem tido uma carreira contestada, acusado de ter posições que são mais teimosia que argumentação, regadas com afirmações que elevam a fasquia da oposição a um nível comparável ao de certos disparates minesteriais a que o governo habituou já o país. Somando a isto as consequências de Lisboa, o actual líder dos sociais-democratas não parece ter um futuro com a mesma força do passado. É aí que começa a perceber-se o regresso de Filipe Menezes.

Ele fala do futuro com a tranquilidade de quem acredita que vai liderar um conjunto de destinos que fazem já parte de planeamentos estratégicos de vai levantando pontas do véu.

Foi o que fez no Clube dos Pensadores. Utilizou Gaia, de que é Presidente, como exemplo de um tipo de gestão de sucesso que, de suas próprias palavras, "pode ser aplicado ao país".

Utiliza o slogan "Gaia é obra e está na moda", o que encontra eco na maior parte dos habitantes daquela que é já a terceira maior cidade do país, que dizem que a cidade está mudada, é bonita e moderna, tem atractivos turísticos para todos os gostos e uma orla costeira limpa e apetecível.

Dos espaços verdes às grandes superfícies, Gaia tem tudo, mas talvez o que tem de mais notável seja o incentivo que levou a que tivesse atraído, de janeiro a maio deste ano, um terço do total do investimento estrangeiro em Portugal ao longo de todo o ano de 2006.

O colóquio foi sobre Gaia, mas sentia-se que se estava a falar, por inerência, do país. Esse pareceu o propósito de Filipe Menezes... e conseguiu-o.

Também convidados a integrar o painel, estiveram o jornalista Paulo Magalhães e o ex-Ministro dos Assuntos Parlamentares Rui Gomes da Silva, que apontou "intuição, carisma e liderança" como as três qualidades necessárias para governar e afirmou que "ninguém vota pelo passado, vota-se pela expectativa de futuro". Paulo Magalhães falou das eleições em Lisboa e deixou claro que a perda da capital deveria arrastar a queda da liderança de Marques Mendes.

Joaquim Jorge, o mentor do Clube dos Pensadores e organizador do debate, foi polémico nas suas intervenções, como lhe é hábito, afirmando que há excesso de autarcas (43.489), que deveria haver menos e todos profissionais a tempo inteiro, que há freguesias a mais (4.259), que pessoas com menos de 30 anos não deveriam ser eleitas para cargos de vereação, que um Presidente deveria poder escolher os seus vereadores e que deveria haver limitação de mandatos para os deputados. Sobre Menezes, disse que "ele tem muito mais que isto para dar ao país!"

Com uma sala cheia e muita comunicação social, os convidados colocaram-se à disposição para responder a perguntas, o que a Perspectiva aproveitou para confrontar Menezes com uma frase sua sobre a necessidade de "arrumar a casa" - frase que dirigiu, quando a usou, ao PSD, mas que lhe pedi, já que dissera que o seu trabalho em Gaia podia ser aplicado ao país, e também que se afirmava candidato a lideranças futuras, para esclarecer, se algum dia ascendesse ao poder, quanto tempo, no concreto, achava necessário para transformar o país como transformou a sua cidade e, de vez, "arrumar a casa nacional"...

Luís Filipe Menezes não fugiu à questão nem evadiu a resposta, foi peremptório:

"um mandato e meio - seis anos!"


© PEDRO LARANJEIRA
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